Friday, December 21, 2012

Limerância

Tu não és perfeito, mas tu acontecestes a mim. E na bagagem de mão trouxe algumas manias, um cabelo castanho bagunçado, olhos cor-de-céu, um senso de humor invejável e uma entrada - sem devolução - para o seu pequeno universo. E assim, despertou em mim, com esse jeito um tanto quanto diferente e um sorriso tão irônico quanto encantador, uma vontade insana em querer entendê-lo melhor. Fez-me querer ficar para ver.. Fez-me esquecer um pouco dos dilemas, dificuldades e dores de cabeça que a vida coloca nos ombros de quem a vive e deixar de lado o que não importa por agora; fez-me esquecer do mundo que nos aguarda lá fora para entender o que é saber viver um pouco melhor priorizando o que há aqui dentro. Fez-me querer saber um pouco mais os seus detalhes e pormenores; sem apostas para o futuro, sem expectativas pelo que estaria por vir. E com imperfeições cabíveis à nós, demo-nos o direito de ser o que entendemos por certo a nós. É tão pouco que me faz ficar, mas é preciso de tanto para partir.. Por agora, pouco sei, pouco entendo, mas sustento-me no que existe logo à minha frente, no que é real, no que é incerto, no que é contrário, no que é instável, no que é mutável, no que transcende a linha tênue a separar antônimos. Quero viver da graça em querer ultrapassar - inclusive e principalmente as minhas próprias - fronteiras. Não há nada que se equipare à beleza em deixar a vida ao acaso, pois, deixo assim ser, meu mundo com suas portas abertas ao novo, ao desconhecido e à singularidade ao ver a vida de um outro ângulo; deixando as rédeas do destino guiarem o que há de vir. Deixar-me-ei ser, por enquanto, até encontrar-me..
Com sorte, encontrar-me-ei ao lado teu.

Monday, December 17, 2012

decifrar-se

Sinto como se meu olhar fosse envolvido por um nevoeiro quando data meados de julho, por neblina na serra durante a madrugada de uma noite fria ou a fumaça de uma chaleira a cobrir a cozinha. Minha visão está embaçada. Não sei o que sinto, há um vazio dentro do peito e que anda circulando nas minhas veias, tomando lugar da vivacidade que previamente pousava em mim. Não há o que entender, o que decifrar, o que doer porque não há nada. É como se eu estivesse oca por dentro e estivesse indiferente a isso.
Não sei o tirar da imagem que o espelho reflete, porque ali estou igual a como estava antes. Não pareço estar diferente, mas algo mudou. Encontro-me em meio de pontos de interrogações.

dois

Há aquilo - e alguém - que, por sua ipseidade, é inefável. Apenas é e, fim.

Sunday, December 2, 2012

Mas.. Mas eu não tinha rumo; e todos os caminhos me levavam a você. Medi, pensei, refleti várias e várias outras vezes. Algo que eu nunca pensara antes, mas que as circunstâncias me levaram a acreditar: talvez alguém realmente me conhecesse verdadeiramente nesse mundo, after all, e gostasse de mim exatamente assim (ou por eu ser assim). E talvez eu lhe conheça melhor do que penso que conheço e, por fim, goste de você também. Talvez exista algo em você que me deixe mais completa e agora na sua ausência, veio à minha cabeça.. talvez exista algo em você que eu sinta falta em mim. E acho que, pela primeira vez, não tenho mais aquele medo em ser transparente aos olhos de alguém que consegue enxergar e entender quem eu sou. Acho que isso se chama crescer.

Monday, November 26, 2012

Dobra no horizonte o que um dia já foi meu

Wednesday, November 21, 2012

carpe diem

Agem como se o fim não tivesse fim; 
como se o dia perpetuasse até que lhes fosse
 impossível mais aproveitá-lo. 
Com o prazer quase indecente em estarem vivos
sobressaindo-lhes o corpo em que habitam
Levam a esperança no bolso
e um universo inteiro no olhar.
Brincando e rodando e vivendo e amando
e voando e sendo e sonhando
 E carpediando por aí.



Saturday, November 10, 2012

And it was not your fault, but mine

Sei de muita coisa quando, ao certo, apenas sei de nada. Sei da incerteza absoluta que se aloja dentro de mim. Sei do meu orgulho e que não é fácil eu falar e expor-me a qualquer um, a quem não confio. Sei que critico a mim como ninguém jamais será capaz, mas ouvir minhas próprias cobranças da boca de quem sequer me conhece, ah, isso foi delicado. Abrir-me com um mero desconhecido fora uma das coisas mais assustadoras e desafiantes que eu jamais fizera. Além de saber que descofio até daqueles que parecem ser dignos de alguma confiança, e que, melhor ainda posso dizer que tenho uma sina com aquelas pessoas que criam algo ao instigarem curiosidade em mim, sei que esses ao instigarem-me, ao fazerem-me descobri-las e conhecê-las e entendê-las como não se faz em alguns minuto apenas. Gosto daqueles que, em especial, deixam-me fazer parte deles pouco a pouco. De parcela em parcela. E ai está uma das pequenas belezas da vida. Sou grata pelos que permitem com que eu lhes ofereça alguma pequena parte de mim. Mais grata ainda sou àqueles que abraçam a mim como uma causa. E grata sou por aqueles que se dividem comigo.De meu orgulho sei bem; sou orgulhosa e admito. Teimosa, então, nem se fala.. Mas sou alguém que vale a pena depositar todas as fichas e confianças e valho o esforço que é tentar conhecer-me. Posso jurar. Se as sublimes marcas que tenho cravadas em mim como memórias querem dizer algo, elas pedem. Mas não somente pedem, elas clamam. Elas suplicam por algo que deixe-me alheia à solidão nem que por poucos segunos. Algo grandioso.
E às cinco da manhã de algum dia de novembro, tenho poucas certezas. E isso me assuta. Sei da dor que sinto, que senti e virei a sentir. E melhor ainda sei o que vale um sorriso, uma noite melancólica em um dia dentre esses trezentos e sessenta e cinco, uma lágrima, horas de conversa ou reclamações sem fim. E sei dos erros, das infelicidades, dos fatos, dos acertos e paixões que a vida me proporcionou no tempo que vivo para contar história. Sei que tenho um longo caminho pela frente. O tanto que ainda tenho a aprender com a vida e sobre ela e as pessoas e a magia em viver. A magia em se permitir coisas que não se permitia antes. Sei da beleza em descobrir em mim uma fragilidade ao deixar-me ser vulnerável, porém, não sei se sou forte o bastante para aguentar o tamanho fardo sobre meus ombros da vulnerabilidade em si. Mas sei que posso tentar. E nas esquinas que a vida apresenta novas oportunidades, serei melhor do que fui ontem. Dentre os becos e estradas de chão tortuosas, encontrarei o melhor de mim, talvez nos olhos de alguém que veja algo na vida que valha a pena. Talvez nos olhos de alguém que veja algo em mim que valha a pena. Talvez eu seja feliz, talvez não. Talvez eu encontre um amor, talvez não. Talvez eu me encontre a decifrar-me em frases ambíguas pelo resto da minha vida. Talvez eu esteja entre antônimos pelo resto da minha vida. Terei que escolher um lado, um rumo, uma alternativa. Talvez eu acerte, talvez não. Talvez eu erre feio. E de todas as palavras estonteantes que ouvi hoje -algumas delas ainda a ecoar no meu subconsciente -, concluo somente que nada é finito ou concreto ou cético ou tão difícil assim. Concluo que o único "algo" indelével nisso que chamamos de viver, é a mudança - constante, bela, simples. Concluo a necessidade em se permitir mais. Em eu me permitir mais. Permitir ser, estar, lembrar, sofrer, sorrir, sentir, e todos os verbos no infinitivo que se possa escrever. Deixar-me. Deixar-me viver e sobreviver. E de todas as conclusões que posso tirar, a única que consigo pensar concretamente vem entre aspas, "somos seres humanos em formação".
Vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir.

Thursday, November 1, 2012

ML

São dias normais, em horas normais, com tudo o que há para haver de mais normal que as coisas majestosas acontecem e pessoas - mais que - especiais dão um passo e quando se vê, o caminho delas beira o seu também. Quando eu imaginaria cruzar com você nas ruas tortuosas dessa vida, não é mesmo? 
Já não lembro da primeira vez que a vi, que trocamos olhares ou sorrisos comuns dizendo "olá". Não lembro qual foi o primeiro assunto que conversamos, nosso primeiro café ou quando começamos a trocar confidências. Não lembro de nada disso, mas gostaria de ter guardado apenas um pouco disso para, hoje, onde nos encontramos, poder falá-las e lembrá-las com gosto. Mas sabe, como poderia eu imaginar que aquela garota tímida, de cabelos curtos e olhar seguro que eu sempre enxergava de longe, iria vir a ser uma das pessoas mais especiais que eu jamais viria a conhecer? Pois é.. As voltas que a vida dá.
Posso não lembrar aqueles detalhes, mas lembro de outros melhores. Sei que você adora azuis fortes e sempre comenta algo sobre eles, sei que adora ler mas não aguenta mais livros não-começados na sua estante; sei que ama a música e dela não consegue tirar um tempo. Sei da ância que tem com o futuro e com o que ele lhe aguarda, sei que não há nada que eu possa dizer que a acalmará quanto a essa incerteza, porém melhor ainda, e mais certa do que nunca, posso dizer que o futuro lhe reserva coisas incríveis. Sei que seu coração já passou por muito, mas também sei que não fora isso que a deixou guardar seu amor dentro de uma gaveta. Sei que gosta de café, mas se eu tomar muito você virá dizer que faz mal. Sei que escreve com a alma e que cada texto seu carrega um pedaço de si. Sei da alegria em tê-la assim pertinho de mim essa semana, e do meu orgulho ao ver a pessoa que você é. Sei que a você, devo um pouco do que sou. Sei de tudo isso e muito mais, sei que hoje é um dia muito especial, onde você completa dezenove primaveras. E com um sorriso no rosto, olhar tímido e cabelos agora longos, você os viverá com uma paixão irremediável. Mal posso esperar para abraçá-la e poder desejar-lhe um feliz aniversário, com tudo de melhor que o mundo pode lhe oferecer, e agradecê-la pelos anos, pelas felicidades, pelos sorrisos, pelas broncas e pelos ombros que tanto ficam a me apoiar. Comentam conosco o quanto nós duas parecemos ser irmãs, e não somente aquelas amigas-irmãs, mas irmãs de verdade - parafraseando alguém agora - daquelas que se amam sempre mas aí de repente se odeiam, e tão rapidamente como se odiaram, agora se amam novamente; estão sempre juntas e conseguem entender a outra apenas com o olhar. Tenho sorte em tê-la como irmã mais velha. Palavras sinceras de alguém que a quer muito bem.. Amo você.

(http://mundoderascunhos.blogspot.com.br/)

Wednesday, October 31, 2012

umbilical

Ligação: s.f. Ato de ligar; união, junção de vários corpos entre si. Comunicação.

Não sei a partir de quando ao certo, mas faz um bom tempo que me flagro pensando e tendo uma enorme vontade em explorar e observar essa conexão que se tem com outrém, que eu tenho com as coisas que me são importantes; tentar ao menos entender tamanha dádiva, tamanha incógnita, por vezes, que essas conexões interpessoas são e que podem tanto assombrar como abençoar esses seres que estão a andar por aí nesse mundo.
Carinho. Afeto. Cuidado. Candura. Compaixão. Amor. Por ti, por vós e por mais aquilo que se perdeu entre as linhas que se escrevia pelo tempo. Ligações humanas que permitem sentir, pensar, surpreender. Acender partes de nós que desconhecíamos perpendicularmente ao que somos enquanto seres humanos. Desse paralelo conosco e com o próximo enquanto pessoas, fazer surgir uma relação contribuinte para a edificação de si. Fazer extrair algo de bom das pessoas, inspirá-las a ser o melhor nelas e inspirar em nós mesmos o desejo em ser melhor. Do ato de unir-se a quem se gosta, a quem se preza e cuida com toque gentil, criar laços que se queira fazer permear infinitamente. Uma combinação de diferentes, desiguais e constantes.. Resolver os pequenos problemas que criamos em nossas próprias cabeças. Resolver-nos e desvendar os mistérios que guardamos dentro de nós. Ter a audácia em viver. Criar esperança e amor e o bem em quem se quer bem. Quem tem que ficar, fica; mas é de nós que vem a vontade de fazê-los querer ficar. Encher de graça as linhas em que se escreve uma história chamada vida. Expire, respire, inspire-se.

Tuesday, October 30, 2012

encontre-se

Já aprendi um pouco mais de você
A te entender e a te esquecer
Mas aí a saudade vem, e
não há nada para fazer, além de dizer:
"vou achar um amor para chamar de meu".

Com a cabeça erguida pela certeza de que algo majestoso espera o momento certo para acontecer.

Saturday, October 27, 2012

Can't always get what you want

Não houve muito que fosse possível fazer.. E os esforços colocados para fazer dar certo foram em vão. O jeito é seguir em frente, o caminho futuro me espera, eu sei. Embora seja apenas algo que não deu certo, de alguma forma isso afeta a gente, dói um pouquinho, de leve. A gente tenta, persiste e pensa que vai dar certo - que tendo fé, tendo amor e esperança, vai dar certo - mas não é assim que isso acontece. Dizem que nem sempre podemos ter o que queremos.. e de fato.

Thursday, October 25, 2012

carry on

Certainly someone, somwehere, will understand these few brief lines. Maybe - probably - you have been in a moment where you find yourself distracted - looking at the sky, talking about something superficial or even only observing what is happening around there and not actually paying atention. Well, I was just to get some coffee, crossing streets while the wind blew the leaves on the sidewalk and the sun was setting on my back, it crossed my mind what a graceful autumn evening that was. The table was keeping four seats to be filled.. When I went to order my coffee - for real, my body begged some to stay awake - I saw that someone. That someone my eyes caught and I couldn't seem to be able to look away.. I am not sure what it was or why it happened, the only thing I knew at that moment was that  I wouldn't forget that face easily. When walking in there, standing and looking at some strawberry and chocolate cake with whipped cream on top, when I looked over my shoulder, there he was in a grey T-shirt, pair of jeans and a smile that could light up the entire room. After that, my thoughts were interely induced to keep dreaming of him while I was still awake. 
Months later, "someone" looked different but hadn't changed a thing. My eyes rested on his and I got lost inside that vast-ocean-blue-gorgeous eyes as I also lost the hability to pronounce a word for a minute.. The talk was preachy and nothing the way my wide-awake-dreams had figured it would be. His voice was soft and gentle, his words were harsh. His eyes were filled with the unknown, and they kept staring at mine. The smile, the one I had mentioned before, that hadn't change. He smiled as if he knew everything going through my mind.. and soul. Sincrely, I had felt nothing but the contempt that awaken us those things we most desire, without knowing. Told myself what a waste of time that had been, not sure if I myself believed that. 
The reasons all had run away, but the feeling never did. It was real and it happened and I can't change that.. Or can I?

Saturday, October 20, 2012

"E se eu pintar um horizonte infinito e caminhar do jeito que eu acredito, e vou chegar em um lugar só meu."
Lucas Silveira

Saturday, September 22, 2012

"Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim."

A Paz, Gilberto Gil.

Onde o fim de tarde é lilás

Não há ninguém que vá entender, às vezes. Há tanto passando pela cabeça, e nada ao mesmo tempo. Um eco intermitente e que insiste em rodear os ouvidos.. Sinto-me um pouco como um fantasma, que apenas vaga por entre pessoas, passa por entre lugares. Sem sentir, sem falar, sem pensar, apenas observando aqueles que estão vivendo por ali. Sinto-me vazia.. Uma hipérbole do nada. Como se houvesse uma enorme caixa dentro de mim e nela houvesse um ponto de interrogação do tamanho de Júpiter. Perguntam-me over and over again o que aconteceu.. "Nada..". E os minutos passam como anos, e as horas como décadas, e tudo o que eu realmente quero é o silêncio a preencher o meu quarto. Ficar sem barulho, sem pessoas, sem exageros e sem atitudes efusivas, sem contatos..
Não espero que o telefone toque, que a música alegre, que batam na porta, que a campainha toque ou sequer que qualquer alguém se importe ou queira me abraçar. Não peço por telefonemas, ou livros bons com trechos que arrepiem até a alma, não peço belas músicas a tocar, não peço nada além de um momento somente meu. De ter uma escrivaninha cheia de cadernos e textos riscados, mal-acabados ou refeitos; desenhos espalhados, copos de água e meu óculos de grau. No criado mudo ainda mais água em copos e garrafas de meio litro, xícaras de café, um livro qualquer e alguns pratos empilhados de dias que não deixo o único lugar que posso chamar de meu, e ao qual eu pertenço. Posso dizer o que quiser sem ter ninguém a me ouvir e escrever o que se passa em pensamentos aleatórios sem ninguém querer ler o que diz meu caderno. Alguns chamam isso de solidão, eu chamo de paz. E quando estou nos meus momentos não peço nada além da minha paz. 

Thursday, August 30, 2012

condicional

O dia em vermelho
Transição de céus
Dito verdadeiro
Tudo passa, tudo acolá 

Se te entregares mais tarde
ao que parece meio cru, meio nu
Traga a paz a mim
Que o amanhã nosso será
quando a besteira tua passar..

Contudo, não se deixe levar
Ouvi por aí que passa um vesto leste
Levando a solidão
Ao acaso que há de encontrar
Na hipérbole que a liberdade dá
E vê se deixa de lado essa vontade
de virar gente grande
Subverte em êxtase em ser
Para que engrandeça aí dentro..
Encontre a sua paz 
pra eu poder ir descansar bem, meu bem.

Avisa quando se entregar à vida
Pra eu me ajeitar, me colocar na beira
E ter-te como uma velha saudade
"Ai ai
Vai ver é só querer.."

Queira viver..

Saturday, August 18, 2012

deixa o verão pra mais tarde

As ondas batendo na areia, uma após a outra, a se amontoarem em movimentos incansáveis. Os ventos voam para o leste, soprando mais forte, fazendo os braços cruzarem-se e as mãos roçarem sobre a pele.. Em espaços desatentos, o céu de reparte com nuvens carregadas de cinza escuro. O barulho da cidade, das pessoas, da rua logo aqui atrás, ensurdece com a paz interior que traz o mar, em um silêncio celestial, em um fim de tarde que beira a perfeição. O sol cai por entre prédios e casas, para amanhã surgir novamente do horizonte que guarda a imensidão do mar, que vem de lá, lá longe. Então, ecoa um sorriso no rosto e um calorzinho manso dentro do peito. Diga-me: há algo melhor do que estar, simplesmente, feliz? 

(Resgatei-o de um caderno que datava algum dia de janeiro.. Saudade do verão.)

Tuesday, August 14, 2012

Quintas-feiras doem-me a cabeça e os ânimos, sabe-se lá por quê.  Talvez porque mais da metade da semana já se foi e a sexta-feira está logo ali. Com empecilhos e uma cru vontade de viver quintas-feiras, me abandonei hoje depois que não tive escolha. Deixei pra lá, posso viver meu dia amanhã, pois será sexta-feira. Embora tenho a sensação que todos temos nossas quintas-feiras e que se não as vivermos, nossas segundas, terças ou domingos se tornarão como quintas. Sei lá, que mal faria então vivê-la? É uma a cada sete dias.. Por entrelinhas dos neurônios a contrair essas minhas pequenas loucuras, deixei ser e dei uma chance à quinta-feira. Veremos como ela se sai.

Monday, August 6, 2012

02/08


Entre o chão e os degraus de uma pequena escada de dois - talvez três - degraus, estava suspenso no ar a noite, eu com meus olhos a pesar de um longo dia, mantinha a cabeça a viajar com alguma bossa a tocar nos fones de ouvido.. Com os cotovelos a encontrar as pernas em uma tentiva de descançar, as mãos apoiavam a cabeça, que olhava os carros a passar rapidamente pela rua, e o tempo a passar devagar no relógio. O olhar perdido no nada, num ato repentino, flagra passando à sua frente esse cara de tempos que a memória guardava, intacta. E em uma fração de segundo passaram milhões de possibilidades dentro da minha cabeça. E agora, o que eu faria? Deixaria ele seguir seu caminho? Eu precisava vê-lo, já fazia muito tempo.. Assoviei. Ele se virou, e estava ali, esse garoto-homem, homem-garoto, ali na minha frente. Sorriu de lado com a surpresa ao olhar para trás, "Só tinha visto a calça laranja, não tinha visto você aí..", e sentou ao meu lado. Meu coração revirava-se em movimentos descompassados, estava tão acelerado que quase perdera meu ar. E foi então que ah!, perdi todo o ar de meus pulmões ao vê-lo sorrir daquele jeito, aquele mesmo jeitinho somente seu, sorriso esse que consegue afastar aqui de dentro tudo o que é ruim e substituir pela façanha do desenhar daquele gesto - senti o coração parar. Conversa vai, conversa vem, foi passando o tempo devagar. Para os que viam-nos de fora: conseguiam vocês entender-nos? Como melhores amigos conversando coisas desde o preço do pão até o futuro da nossa vida. Caminhos divergentes, idéias similares. E dentro de mim, ecoava a vontade de fazer uma curva lá na frente, em uma tentativa de convergir a andada, a fim de encontrar esse cara em uma esquina qualquer. Falávamos nos conhecendo, conhecendo um ao outro tão bem.. Como se não importasse o que o pretérito - imperfeito - havia guardado, dávamos voz ao que o presente vinha a revelar. Era como se, por aqueles minutos, estivéssemos ausentes do mundo exterior, do que a realidade aguardava, e apenas o que se encontrava ali que merecia atenção. Eu sorria de um jeitinho meu, do qual não sorria há tempos. Sabe? Quando se sorri por vezes e vezes de tão inchado de bem que o coração está. Um momento simplório de uma quinta-feira à noite esquecida no calendário, quem diria.. E, entretanto, tudo é real, aconteceu e ficou guardado comigo. Esse é um daqueles momentos que se guarda a sete chaves no fundo na memória; uma cena que se decora e repassa cada palavra de cor e salteado na cabeça antes de o sono alcançar. E por algum motivo, decidi escrever essa memória. "Nos vemos por aí", disse. Se deixar levar nunca fora tão difícil. Deixá-lo ali para voltar à realidade nunca fora tão difícil como naquela hora, onde tudo o que eu queria era ficar ali até que o dia voltasse a aparecer. E assim, me deixei ir daquele momento de felicidade.
Mas se alguém souber a receita da felicidade eterna, por favor, não venha a dizê-la para mim. Pois assim, se eu souber e decidir ser feliz sempre, de nada valerão memórias como essa descrita acima desses pensamentos breves. Esses momentos pequenos irão parar de acalentar essa velha alma de moça.. E esse sorriso que floresce no meu rosto ao sentir a nostalgia do relembrar, nada no mundo poderia provocar felicidade maior.

Thursday, July 12, 2012

Dias daqueles

Há aqueles dias que tudo o que você precisa é de um abraço, de uma palavra, de um colo para deitar e descansar sua dor. Dias em que tudo parece estar errado, meio torto, desgastado. Onde tudo está ruim e fica tão triste o sorriso forçado que se quer dar.. E nada parece dar certo. Quando se está no meio de tantas pessoas, e sozinho. Quando a mínima coisa já faz desabar a estrutura de dentro. Há aqueles dias onde a emoção toma conta e faz chorar; o inverno que traz o vento suave das cinco da tarde, onde se anda pelas árvores da alameda e a lágrima cai. Falta amor, falta paz, falta um cais. Há aqueles dias, dias daqueles. Dias como hoje.

Wednesday, June 27, 2012

derramar

Deixa desaguar as tristezas
do tempo lá de trás
que aqui parado está
o velho costume de ver o mar

Dois barcos se vão
e eu aqui por mim
quase emoldurando o quadro da solidão
Com a vista no horizonte
que areia alguma há de alcançar

Cai o tempo como um porto
Evapora esperança do renovar
quando de águas passadas renasce
aquele que havia ido pra não mais voltar.

Caio, com a chuva, no mar
numa tentativa em vão
apenas para purificar 
e deixar mergulhar no profundo
a tranquilidade desse lugar

O pôr-do-sol deixa a água amarelada
com os dois barcos a dançar  
Tão lindo é o som da primavera
como, daqui, vejo o mar.

Monday, June 11, 2012

simplicidade

Sabe quando aquele sorriso bobo e simples insiste em ficar no seu rosto por tempo indeterminado? Como se um sopro de renovação tivesse mudado os ventos dos dias. O frio que me trás mais para perto de você.. E eu vejo que algo bom estar por vir. Aqui, ao seu lado, eu vejo isso. E quando você foi andando pela rua, eu vi com clareza... Existe algo em você que eu sentia falta em mim.

Monday, April 30, 2012

Por onde vá

Fluir. Deixe fluir. Deixar fluir a vida pelas veias, sem perder a falta de coisas de dentro. Ter-se flúido, ter seus vazios, ter suas certezas, suas incertezas por onde quer que vá. Virar-se ao contrário quando preciso e escapar de si mesmo, revirar-se e encontrar-se. Fazer do mundo um lugar seu e se encaixar em cômodos que não lhe caibam. Deixar a música do mundo contagiar cada parte que pertence à alma. Ser flexível, mudar de opinião, absorver das voltas do mundo as razões dadas, deixando que ele traga de volta, as origens que se perdeu no caminho. Por onde for, não deixe perder o seu começo de pensamento: seu viver, simplesmente e seu sonhar, calmamente. Primeiro passo para seguir em frente. Esse mundo é meio torto, meio sofrido e, com suas calamidades, continue a caminhar. Está tudo bem se  vir a tropessar. 
Vida é a lástima da fé. E fé é feita de música, pura e desatenta, determinada e simplesmente a soar em tentativas de fazer sentido a alguém. Deixe que o mundo seja pequeno para o tamanho dos seu sonhar.
Há uma boa razão para ser o sonhador que se é. E para o que não tem razão, basta ter apenas fé. Ter esperanças novinhas em folha aonde quer que se vá. Que o amanhã canta para um começo. Re-começo. Recomeçar. "Aponta pra fé e rema..."

Wednesday, March 21, 2012

Isso

Eu te sinto. Sinto tua intensidade aflorando teus olhos com querer. Sinto com o canto dos meus olhos, teu sorriso se abrindo logo atrás de mim. Eu te vejo bem, com visão limpa e clara. Eu te espero para ti pensar. Eu te quero bem resolvido. Eu te quero simples. Eu te sinto intenso. Eu te vejo com palavras simples. Tu me falas palavras intensas. Eu te abraço, tu me beijas. Eu te vejo por aqui, e eu mais além. Eu te sei. Eu te gosto, simplesmente.

Saturday, March 3, 2012

Teoria

      Na teoria, minha cabeça está muito bem com tudo: a vida, as pessoas, o mundo. Eu estou encontrando uma maneira de levar o todo com bastante tranquilidade, e singelamente com felicidade em poder viver, com coragem de querer viver intensamente. 
      Mas a prática e o teoria são opostos e complementares, se é que se pode entender. Falar, discursar, dizer é algo. Estar de fato a sentir é algo diferente. Na cabeça que se encontra o pensar da teoria, e no coração está o sentir da prática. Não acho que a teoria seja menos real, ela é tão real quanto. Porém a teoria é mais ideológica. Se bem que não importa, não para mim. Aos meus olhos, precisamos ter um rascunho ao fazer um texto para impedir-nos de errar a cópia final, portanto, ter essa idéia de encontrar uma versão cada vez melhor para qualquer que seja o assunto é incrivelmente funcional na vida, da mesma forma. Afinal, podemos errar, mas quando enxergamos um erro prévio e temos a chance de evitá-lo, é muito melhor. A teoria é o rascunho da vida. E eu, particularmente, tenho algo em mim que procura continuamente por rascunhos. É gracioso ler rascunhos. Ler erros e ler vícios e ler pessoas. Ler a verdade sem máscaras para interferir. É sincero ler algo sem barreiras.
      Na teoria eu estava levando tudo o que estava acontecendo por agora muito bem. Dentro de mim, aprendi com o passar desse pouco tempo, a aceitar as coisas como estão e deixar os passos se cumprirem em um caminho que ainda estaria por vir. Aprendi a deixar as pessoas caminharem seus respectivos caminhos do jeito que deduziam que melhor encontrariam seu destino. Vi o outro lado, o lado do outro. Deixei estar tudo assim, refletindo certeza por fora, porém tendo isso meio bagunçado dentro de mim. Fui organizando aos poucos, a medida que passou o tempo. Minha cabeça foi encontrando as razões e para o que razão não tinha, nem mexi.. Deixei pro coração carregar o peso. 
      No coração tudo ia bem, até o momento que começou a pesar. Sabe quando por um momento parece que o mundo parou de girar? Só há você e aquele momento, e as janelas paralizam a visão de fora, a música para e tempo não passa. E não há possível reação. Até o que o mundo começa a girar novamente, a vida deve continuar. É isso. A vida tem que continuar, necessariamente. E teve que continuar nesse instante, e deverá no dia que virá. Nada deve impedir ninguém de pôr um ponto final quando a história ainda só está começando. Essa é a minha prática, de fato. Continuar a vida, sorrir genuinamente porque ainda há muito pela frente. Nesse momento onde tudo parou foi quando eu tive uma visão panorâmica da situação e pude enxergar tudo. No caso, o que era meu antes, agora já não era mais. Se havia ainda alguma coisa minha, eu havia perdido. Mas e então? Então permiti meu mundo voltar a girar e pus minha teoria para se realizar verdadeiramente. No coração pesa, sim. Toda verdade pesa de algum jeito. Enxergar é difícil. E dói um pouco. Mas passa, sei que passa. Porque a vida continua e só, não há mais nada que seja maior que isso. 
      E agora, consigo colocar meus pensamentos dentro da alma para que minha teoria se conclua. Viu? Essa minha paixão por rascunhos dá-se até na vida. Deixei estar para viver bem. Com meus rascunhos bagunçados eu vou vivendo. 
     

Thursday, February 23, 2012

Ver

Escrevi, não gostei, apaguei.

Senti, descansei, esqueci.

Havia muito de mim, havia muito do que existe dentro de mim, encontrei então você.

Pensei, "não..". Me enganei.

Tuesday, February 21, 2012

Todo carnaval tem seu fim


Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz.


-Los Hermanos.

Transatlanticism

Dizem que a distância não faz mudar as coisas, mas faz. A distância separa, e apenas isso já faz mudar toda uma circunstância. A distância tem como consequência a saudade, que com o tempo vai virando cada vez uma dor maior dentro do peito.. E desaparece. Quando vê, foi a saudade. A distância esvazia o que havia de bom e transforma no vazio propriamente dito. Vazio. A distância não transforma ninguém, mas os espaços opostos, sim. As pessoas crescem, amadurecem, se transformam e se deixam transformar. O tempo transforma. A vida transforma. As pessoas mudam e não adianta segurar-se a uma memória passada. As pessoas passam, se vão, e não existem mais. As pessoas se transformam, e poderíamos passar a nossa vida inteira desejando que não houvessem transformações e que tudo continuasse exatamente do mesmo jeito. Mas ao final do dia, todas elas mudam.

Sunday, February 19, 2012

sentir saudade

"Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer."

Marta Medeiros

lack of color

Um canto na parede, no chão, perto da tomada. Caio com a forma aleatória de tudo passando na minha mente. Não há muito o que dizer.. Passam sobre meus olhos as cenas que pareciam ter ido embora para longe, voado com a possibilidade. Mas elas ficaram guardadas, salvaram-se no fundo da memória. Sinceramente, não queria que fosse eu quem as resgatasse. Mas cá todas elas estão, atormentando minha paz momentânia.
Aqueles meses, que não foram tão distantes como parecem, passam como filmes perante meus olhos. Eu apenas vivi aqueles momentos, nunca cheguei a pensar duas vezes. O tempo passou e então eu pensei, e como pensava. Nunca pense que eu não pensava. E depois desse tempo, depois de pensar, descobri o que eu queria. Queria todas as mesmas coisas que você. E queria naquele momento. Minha cabeça repetia que "não", meu coração ficava a pulsar fortemente "sim". Sim.
E então houve uma noite. Tanta gente em um lugar só. Esbarrões raramente eram sem querer. Sei que o nosso não foi. Foi esse dia que ouvi dos lábios de alguém coisas sobre mim sobre as quais eu nem fazia idéia. E você falou que eu valia muito. Falei sem pensar, de novo. E de novo eu vivi sem deixar vontade de mais, só ficou marcada a vontade de voltar atrás. Medir melhor as palavras que saíram da minha boca, procurar amenizar a verdade, dar espaço para acontecer. Mas não fiz nada disso, deixei sair de mim, apenas. Deixei sair de mim coisas que eram verdade, sim. Mas, sabe, naquela hora eu já nem sabia mais nada ao certo.. Não me dei conta do momento. "Me dá mais uma chance..", sua voz repete dentro da noite. Seus suspiros descansam dentro de mim.
Despistava seus olhares. A profundidade do que eu veria dentro dos seus olhos me faria desistir de resistir.. Mas resisti. Olhava em você a possibilidade de sorrisos inacabáveis. Em mim, eu não fazia idéia do que havia fora um grande ponto de interrogação. O seu olhar me mostrou o que você sentia, e isso me assustou. A dimensão do que viria pela frente me assustou. E então deixei compactado nos cantos da alma o fato de que você me cativou.
Eu sei que é tarde demais. Meu coração pede: não vá embora. Eu sei que deveria ter dado a você uma razão para ficar. Eu direi o que tenho pra dizer, eu direi o que se passa na minha cabeça. Direi o que passa aqui dentro. Diga o que quiser, mas diga que ficará por agora. Eu preciso de mais tempo. Um pouco mais de tempo, apenas, para fazer as coisas certas dessa vez.

valor

A alma é grande e a vida é pequena.
Tive vontade de pensar assim. E hoje é assim mesmo.

Monday, February 13, 2012

all of the stars..

Será mesmo que ele se importa? Conversas de travesseiro, conversas interiores. Prefiro acreditar que não. Prefiro acreditar que ele não se importa, que ele não gosta, que ele não quer. Prefiro, ao final do dia, não ter um sorriso no rosto, mas ter um coração por inteiro a pulsar.
Deixei sentir.. E foi. Ficou ali aquele pedaço de mim. Nas suas mãos.

Monday, January 23, 2012

night time, sympathize

Com as estrelas no céu, incansáveis, no seu brilhar que não cessa, a noite chega com serenidade. Linda, tão linda que é a noite. Inspiração. O escuro rega minha inspiração. Imagens, palavras, frases feitas. Corro para achar meu caderno: página em branco, uma caneta e um lápis de desenho. Não gosto de esquecer meus pensamentos, principalmente aqueles que vem tão belamente, fluindo pela alma a fora. Pedaços de mim.
Guardo nos pensamentos minha maior profundidade. Não gosto de me dividir, assim, deixar-me tão transparente; gosto de ter-me por inteiro, manter isso de eu ser minha, ter o meu particular. Tenho problemas com vulnerabilidade. E, magicamente, abro grande parte de mim quando escrevo, sem qualquer medo, sem qualquer limite. E dentro das minhas palavras, camuflam-se meus grandes segredos. Mesmo sem querer, conto muito sobre mim mesma com as palavras que uso. Cada frase pertence um pouco a mim. Ao escurecer, quando ninguém está a olhar, sinto apenas o calor da presença fria do sereno. A cada noite, sinto-me segura escrevendo, por ter tanto em comum com ela. Com tudo, posso ter certeza que algo nunca muda: por mais que eu não a veja sempre, por mais escondida que esteja entre as grandes nuvens, dentro do céu haverá sempre a lua quando surge a noite, a subir aos céus, sem falta. Não importa onde estou, a lua estará sempre ali, sempre do mesmo tamanho em qualquer lugar. Presença intocada, discreta, quieta e, ainda sim, sublime. A lua dá-me inspiração.
Para dizer "obrigada", conto-lhe um segredo meu, segredo forte e discreto: - Não sei amar pouco, disse a menina com os olhos vidrados no amanhecer.
"Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem. Tô aproveitando tudo de bom que essa nossa vida tem. Tô me dedicando de verdade pra agradar um outro alguém. Tô trazendo pra perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também. Ultimamente eu só tô querendo ver o ‘bom’ que todo mundo tem. Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem? Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém. Queira viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem. Tô feliz, tô despreocupado, com a vida eu tô de bem."


C.F.A.

Saturday, January 14, 2012

Using the head, following the heart.

Using the head, following the heart.
I'd give it all just to start over. These thoughts are running over and over around my head all day long. I try to blow them away.. And in my mind, my conscience won't stay safe knowing what I could have said, what I can say.
I like changes. I like changing. But it brings me down to know you did not changed in a honest way. It consumes me knowing you were searching for someone, wanting and persuing to be someone you are not. I can't look at you, most times. It hurts too much.
You were so amazing, and graceful and authentic. And I fell for you in a way I had never done before.. A little  bit like magic, I say.
What I want to do is look into your deep green eyes and fall..  Looking into your eyes, I'd say it all to you if I knew that you'd listen. Now, I know you don't care, and you don't have to. Just don't be unfaithul to you beliefs, and your own truth, because those were the very first things that mattered the most. Nobody who knew you well would want you to change the way you did. I don't.
Considering it all, I rather stay away from you, even though it will hurt deep inside. It hurts, you know? Like looking to an old photograph, a nostalgic statement of what has passed; what stays in the past. You had the very same essence of the grace of a book ending and I need to hold on to the memory of you that is still alive inside of me. I'm using my head, and you should give yours permission to follow your heart.