Sunday, May 29, 2011

value


Às vezes tenho vontade de esquecer da minha própria existência para poder sobreviver à esse mundo. Ao sufoco dessa atmosfera carregada de hipocrisia. Tenho vontade de esquecer da minha existência, para sobreviver; quando quem deveria sumir, é o resto.  Cansei dessas pessoas.
Por vezes isso me motiva, dá-me um motivo a mais para lutar contra tudo isso. Às vezes eu me pergunto se há rebelião ou honestidade; me pergunto se há qualquer coisa que possa salvar as pessoas de quem elas são. Me pergunto se qualquer luta resolve.
De qualquer forma, eu prefiro viver por aquilo que vale a pena.

myself and I.

Meu eu-lírico fora arrastado para longe, um outro alguém se apossara dele. Corro para tê-lo de volta. Eu o achei.. Ele não está diferente, entretanto mudou. Não usa as mesmas palavras, parou com as vírgulas. Tem manias que eu desconhecia.
Eu quero ter ele de volta.
Meu quarto, minha bagunça, minha sala, meu cobertor. Quero dormir do lado de sempre. Meu relógio, meus horários.
Quero minhas músicas, meu perfume, minha manhã. Acordar de mau-humor, reclamar de fome antes do meio-dia.
Dizer que escola é pretexto para encontrar os amigos, sendo o contrário.
Quero encarar minhas verdades.
Meus óculos, minha intimidade. Meu saber, minha timidez. Minhas tentativas e minhas perdas. O universo pequenino, meu.
Quero meu guarda-roupa, meus sapatos e cachecóis. Quero meus tênis e minhas camisetas. Quero meu cheiro.
Meus clichês, minhas vírgulas. Meus livros e minhas frases formadas. Quero o que eu escrevo, meus versos, meus poemas. Quero meu violão, meu piano. Minhas partituras, minhas cifras, minhas tablaturas.
Quero meu drama. Meu eu.
Voltem, palavras. Volta, eu.

Friday, May 27, 2011

way up high or down low

Saio de casa, não olho para trás. Desenho um mapa só meu, onde os caminhos são incertos, os atalhos que escolho são longos. Cada pegada que meus pés marcam  no chão, soa como afirmação. Passei por aqui. Meus pés voam. Flutuam sobre a estrada de um futuro tão incerto, que persegue minha liberdade e minha indiferença.
Percorro as janelas de um vagão solitário de previsões; incerto e quieto.




As janelas que a alma desconhece.


Corro mundo afora procurando por algo que desconheço. O infinito na ponta dos dedos e ferocidade no olhar. Encontrar importância naquilo que vocês vêem é vil, eu quero é o que realmente importa. Saí para ser alguém novo em algum lugar qualquer; sem nome, idade e identidade. Ser novo. Saí do confortável com o propósito de descobrir, ver, realmente, a consistência e o gosto da vida.
Vou à busca de um tempo que não pertenço; tempo esse que não é meu. Busco conhecer-me. Saber de longe qual o meu cheiro, minha essência; meus jeitos, minhas manias. Conhecer o que sou, não esquecer o que fui.
Quero maturidade, quero que minha casa seja onde quer que eu esteja.
Não só busco, como almejo ir longe. Para longe; com a vista dilatada pela real dimensão de um mundo tão pequeno no livros. Um universo vasto. Um futuro não tão distante assim.

adeus

Que os passos de seus pés que oscilam ao caminhar, não impeçam você de ir onde você precisa chegar.
Que sua fé dure até mesmo no mais dubitável momento. Que suas esperanças se renovem a cada dia que nasce. E que seus olhos brilhem sob a luz do sol de primavera.
Que a dor lhe motive ao bem. Que as injustiças lhe motivem a lutar. Que você sinta a chuva escorrer pelo seu corpo, e que você veja o dia amanhecer.  Que você durma sob a lua e as constelações.
Que o tom cinza da cidade não impeça que você saiba que há aquelas milhões de estrelas por trás de um mundo céu entristecido. Que você ame além do tamanho do seu coração.
Que você saiba ser justo. Que você saiba ouvir, respeitar e compreender.
Que o mundo não lhe encha de mentiras; que você fale verdades. Que as flores ainda tenham o mesmo cheiro para você senti-las.
E principalmente, que você nunca desista de quem é. Afirme-se. Tenha os pés no chão.
Que você viva; que você saiba viver.

Tuesday, May 24, 2011

now I run from you

Sabe, tenho tanto a dizer. E por pensar, não disse. São coisas complicadas que não são fáceis de dizer. Coisas que opõem a simplicidade. Essas coisas que envolvem tão pouco, deixando um estrago enorme.

Deixo essas coisas caladas. Por ser muito difícil dizer, e mais difícil então de ouvir.

tained love

Lembre-se: não há um número suficientemente grande de quedas que impeça alguém de levantar.

impermeável

Ela dava um jeito de entrar no mais profundo silêncio, e lá encontrava seu maior ponto de verdade. No ápice do silêncio ela conseguia paz. Porém o mundo a acorda dessa paz; incontáveis vezes.

Saturday, May 21, 2011

quem sabe

Isso não lhe desvendava o segredo da alma. Por que era que as criaturas sonhavam? Por que odiavam? Por que tinham medo?






O Resto É Silêncio, Érico Veríssimo.

Monday, May 16, 2011

O que faz a diferença no nosso dia é aquele detalhe, aquela singela melodia na manhã, o vento dançando com as árvores; as folhas de outono caídas no final de tarde, caindo o sol nas montanhas do fim da estrada. Aquela linha tênue entre realidade e sonho. A magia quando ao acordar, ver que é real aquele sonho. Aquele sonho antigo que se repetia de tempos em tempos. Ele é real. Aquele sonho, aquela alegria, aquele detalhe.. 


Pode ser real. 

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Você tem um sonho? Então coloque ele dentro do seu coração. Tenha fé; acredite que ele se realizará. Eles dizem que sonhos não se realizam. Dizem ser irreais, mentira e imaginação. Eles não acreditaram; Sonhos se realizam, sim. Todos os dias.
Sonhe, logo acredite.

Wednesday, May 11, 2011

como são

- Não acha seu raciocínio muito simplório, Roberto?
- A verdade é simplória, doutor Barreiro.
- Talvez, talvez... Mas não pensa que a sede de lucro, o desejo de posse, é uma coisa que nasce com o homem?
- O apêndice também nasce com o homem, não é?

Aristides sorriu.


O Resto é Silêncio, Érico Veríssimo.
Eu espero, sem pensar nada. Penso que a felicidade, fé ou esperança irão me alcançar. Mas não. Elas ficam paradas, esperando.

Wednesday, May 4, 2011

firmação

Há momentos que não esqueço, de jeito algum. Eles continuam a me assombrar, como um lembrete, uma cicatriz no passado. Meu passado chega a doer.
Já chegou um momento em que desisti um pouco de tudo. Desisti de me importar com o que acontecia ao meu redor. Quis ser egoísta. Vivia de um jeito vazio. Isso não durou muito. Não era meu isso. Não quis ser assim. Decidi que não seria.
Havia um vazio, consumindo um pouco de mim, a cada dia mais fundo, adentrando todo meu ser. Tornar-me vazia não iria reverter nada daquilo.
Aprendi a conviver comigo, aprendi a esculpir em torno do jeito meu. Sem perder minha essência. Sem perder o que faz com que eu seja.. eu. Porque pior do que sentir-se perdido é não saber encontrar-se. É não saber encontrar aquele alguém que já se foi um dia. 
E quando não se lembra quem se é.. já foi. É como sentir-se no lugar de outro alguém.
Há momentos de certeza.
É esse o momento, tal qual nossas convicções são tão fortes, nossa visão clara e nosso instinto aguçado; esse é o momento de ser, mais do que em qualquer outro.

chove

Minha voz falha. Já chamei, clamei, gritei. Você não apareceu.

Monday, May 2, 2011

ausência

O mundo carece de de compaixão. No mundo, falta ser humano.
Faltam pessoas boas. No mundo falta a ingenuidade genuína de uma criança. Falta a fé.
Falta tempo. Há relógios demais no mundo. Falta espontaneidade e diversão.
No mundo faltam sorrisos.
No mundo falta honestidade.
No mundo falta viver por aquilo que se morreria.
No mundo faltam fatos.
O mundo está carente de aconchego, de um colo, de uma janta.
No mundo faltam vírgulas, que são mais como um piscar de olhos.
No mundo faltam pontos finais.
Falta melodia no mundo. Trilha sonora.
No mundo falta a presença.
No mundo faltam vozes. No mundo falta a verdade.
No mundo faltam almas gêmeas.
No mundo falta o inesquecível, falta a razão. No mundo falta a mágica.
No mundo falta.. tanto.
Há um excesso de pessoas. O que falta é ser humano. Pessoas humanas. Humanidade.