Saturday, November 28, 2009

Laís



Um dia ensolarado, ou chuvoso. Quente ou frio. Eu estava de bom ou mau humor. Não me recordo. Eu me recordo de um fato em especial, apenas. O fato de eu começar a conversar com uma menina um tanto quanto tímida, meiga e muito carinhosa, a meu ver.
Eu percebi que uma nova amizade aflorava, de grão em grão, degrau em degrau.
Eu percebia que eu, agora, ia ter uma pessoa com quem contar em todas as horas, para sempre.
Ela é gentil meiga e indecisamente linda. Nunca sabe se faz o certo. Nunca sabe se é o certo para alguém, ou se o que ela faz é certo. Ela tem medo de magoar os outros, e age sempre de acordo como que quer, mas tendo a certeza de uma consciência limpa.
Seu olho brilha com boas notícias, suas pernas tremem com a expectativa. Ela tem aquele clichê próprio seu, no qual faz com que ela seja ela mesma. Sempre preocupada com quem importa para ela. Sofrendo, com esse mundo a castigá-la. Mas, apesar de eu saber que ela negará isso, eu aprendi muito com ela. Aprendi a não desistir de quem se ama, e cuidar de todos sem qualquer restrição. Aprendi que não se deve desistir do seu próprio amor. Aprendi que as pessoas podem ter mais do que uma chance. Devem ter duas.
Eu quero que ela saiba que eu a amo muito e que sempre me preocuparei com ela. E esse texto era só pro dia 19.
 

Wednesday, November 25, 2009

cheating eyes


Olhos traiçoeiros esses meus que inisistem em mentir para o meu coração. A cegueira parece tomar conta de meus sentidos, fazendo-me sofrer. A saudade, a falta de ter você comigo. Já conclui que o amor é um jogo perdido, do qual você já começa a jogar, perdendo. A verdade é tirada de mim, como se eu não tivesse o direito de saber nada sobre ela. Sufoquei-me em você, na mais absoluta asfixia parecia perder as minhas forças. Aos poucos perdendo os sentidos, e o próprio sentido da vida. Com as mãos atadas, apenas um sentido em mim, agora eu percebia. E esse sentido estava completa e totalmente aguçado. O sentido da saudade. Saudade essa que me consome. Você é a minha saudade. Saudade difícil essa a minha, que me consome pouco a pouco. Perdi as forças, como já disse. Mas a percepção parecia não fazer com que eu percebesse que havia um motivo para a minha força. E esse motivo é você. Meu motivo de tudo. Perdi você e não tenho mais nada. Agora perdi o meu ontem, e não tenho mais amanhã. Nâo tenho mais forças para sequer cogitar ter um amanhã sem você.

Tuesday, November 24, 2009

deny it


Ela prefere ler livros do que ver filmes. Prefere o errado do que o certo. Ela sempre precisa de drama e não comédia. Ela usa preto enquanto todos usam branco. Gosta de vermelho, se todos gostam de azul. Ela prefere seguir o caminho difícil ao caminho fácil. Em dias felizes ela acha melhor chorar do que rir. Ela prefere a aula de Artes do que a de Educação Física. Ela escolhe fotografias ao invés de quadros. Em dias tristes ela não vê a hora de ter um grande ataque de risos. Para ela o certo é ser errado, pois ser certo é normal. E ser normal é para os fracos. Ela odeia exageros e prefere o seu estilo particular do que a moda. Ela não gosta do futuro, prefere o pretérito. Ela não gosta de crianças, prefere os idosos. Ela não gosta de moda futurista, gosta de retrô. Ela gosta do clássico, das culturas que já se foram, ela gosta de resgatar o que parece impossível de ser salvo. Ela resgata as pessoas. Ela não vê razão de as pessoas deixarem de mandar as cartas.  Ela gosta da espectativa e prefere esperar ao ter as coisas de imadiato. Ela gosta da justiça, do justo, e sabe que isso às vezes faz com que regras tenham de ser quebradas. Ela é a alegria do sorriso de qualquer um que a deseja. Ela é o que quer ser, e não teme nada. Gosta da noite, embriagada na penumbra, mas também gosta dos raios de sol a refletir e desvendar a verdade, e arrancar a mentira dos rostos de todos os que passam perto demais para serem pegos. Ela gosta do clichê 'eu te amo'. Ela gosta das palavras e não dos dígitos. Ela prefere textos e poesias ao invés de qualquer outra coisa. Gosta de vinis, memso gostando dos CDs. Ela é ela mesma e todos a amam sem ela fazer esforço algum. Ela gostaria de reverter isso, assim como gostaria de reverter o mundo. Ela prefere o seu do que o do outro. ELa prefere o amor do que tudo.

Tuesday, November 17, 2009

anonimato.


Quero ser anônima. Sem rosto, sem corpo, sem medo. Quero ter o direito de ser anônima. Quero ver você chorar sem sentir culpa. Preciso ter a garantia de que quem está ao meu lado é feliz. Quero saber o que dizem e pensam de mim. Quero desaparecer mas não sentir saudades. Quero assistir o teu dia-a-dia ao invés de fazer parte dele. Desejo poder observar você, seus encantos rudes e gentis, suas qualidades sutis e quase imperceptíveis. Preciso do som da tua voz, dos teus segredos. Quero não ter nome, identidade, característica, personalidade. Qualquer coisa para fazer-te feliz. Não quero mais que minhas lágrimas afetem o teu dia, façam-no ruim, tornem-no algo para você se arrepender. Quero o meu anonimato, e disso tenho direito. Quero que ele dure o tempo preciso para que eu me cure dessa doença, dessa epidemia. Preciso que dure. Mas não há remédios, não há saída. Não há antídoto ou solução. A epidemia que você me causou recusa-se a partir, assim como o meu amor por ti. Mas a dor não vai embora, resiste com todas as suas forças e leva as minhas forças para longe. Eu quero que ela vá, quero que ela permaneça a doer. A alegria do meu sorriso iria para longe com ela, para sempre, e isso iria acabar com o que resta de mim. Só quero estar ao seu lado, mesmo você sem você sequer notar. Mas nunca nem quero pensar em me curar de você. Seria uma cura dolorosa demais para qualquer remédio conseguir tirar o seu efeito.

Thursday, November 12, 2009

o inesperado acontece

Quando nada parece funcionar, nem você mesmo. Ela via que nada que ela dizia saia do jeito que ela imaginava, que ela supunha. Estava tudo tão errado, tão incerto. Agora que ela desejava que tudo desse certo, que os seus pedidos se realizassem. Era impressionantemente irritante a forma como tudo dava errado. Um passo andado, um tetxo escrito, uma página lida. Estava tudo errado. Ela queria apenas sumir. Sair sem destino e sem hora marcada para chegar. Não queria voltar. Vontade mesmo era de sair por conta própria, deixar o vento soprar por entra as suas dúvidas e fazer uma escolha certa. Mas tenho certeza que o que ela mais queria era fazer a escolha errada. Não para ter remorço, raiva, nem nada do gênero. Ela queria apenas, por uma vez na vida, fazer algo errado sem ser julgada, ou sem receber algum tipo de punição por isso. Ela queria ter liberdade o suficiente para ser anônima. Quer autenticidade para ser quem ela deseja ser e fazer as coisas erradas que lhe dão vontade de fazer. Mas ela precisa sumir primeiro. Espero que ela consiga.

Wednesday, November 11, 2009


Parece que a voz que sai da sua boca não é mais a mesma. Não faz mais sentido o que você fala, as palavras que tentam fazer algum sentido, já não importam mais. Não reconheço mais o teu perfume, que costumava ser o antídoto de toda a minha tristeza, de toda a minha solidão. Você costumava ser o refúgio para o qual eu tinha o prazer de me esconder. A tua voz me acalmava, com seu timbre forte e sempre perto de mim. Teus abraços consumiam o que me fazia mal, e o que você me dizia, deixava-me livre de todo o mal. Eu quero reconhecer você de novo, quero saber quem você é. Quero saber suas bandas prefridas e comida preferida. Quero saber tudo sobre você. Quero me obcecar pela tua agridoçura. Não queria que nada disso tivesse ido embora. Não queria que você significasse o desconhecido. Não queria que ao olhar-te na rua, eu visse um completo estranho. Um desconhecido, anônimo na minha frente. Alguem que já significou tudo, transformou-se em um nada. Ou quase isso. O anonimato fará com que, aos poucos, eu esqueça de como nós éramos. Vou esquecer de tudo. Memórias serão disribuídas a quem quiser pegá-las, quem quiser vivê-las. Sò não esquecerei da tua voz. A tua voz que marcou um grande momento da minha vida, me marcou você. Marcou nós dois. Marcou um começo e um fim. Ah sua voz vai sempre ecoar atrás de onde a minha voz alcançar. É isso. Teu eco pra sempre seguirá a minha sombra. Apenas não sei se fico feliz ou triste com esse inevitável fato.

Thursday, November 5, 2009

meu certo, seu errado.


O livro agora parece ter as suas páginas queimadas e atordoadas pelo seu conteúdo. Ele me conta algo, mesmo fechado, lacrado. Eu que escolheu lê-lo. Eu que escolheu abri-lo e tirá-lo da escuridão que é a solidao. Eu que deu abrigo a ele, vida. Mas leio e tento entender, o que me parece algo impossível. É inevitável que eu procure as respostas, meios para me levarem ao certo, até o duvidoso.
Agora encontro-me lendo os capítulos finais, terminando o que ainda não havia sido lido. Leio todas as páginas, procurando uma respotas, mas elas parecem ser evidentes demais para eu entendê-las. Elas estão certas demais para eu conseguir achá-las. Preciso complicá-las, achar respostas difíceis, plausíveis. Quero achar as minhas respostas ali. Mas não vou.
Encontro-me abaixo do sol, tentando encontrar pequenos lugares para eu respirar a corrente ar que insiste em meu cabelos balançar. Tento, ofegantemente, encher os meus pulmões com vida. Tento me livrar da verdade daquele livro, das suas respostas. Tento me livrar do peso da verdade. A verdade pesando em meus ombros.

Monday, November 2, 2009

verbo ser.

Ser um escritor não é apenas esperar que a inspiração apareça diante de seus olhos, colocar palavras vis e incoerentes em papéis. É encontrar caminhos de atingir o coração de alguém. Nunca vi um escritor emocionar-se com um texto de sua própria autoria. Mas sim quando alguém se emociona com ele, quando ele vê que o que ele escreveu, que a sua arte importa para alguém. Um escritor tem que ser sensível à pequenas mudanças de humor, à crises e à problemas e fazer com que isso vire uma linda estrofe sobre algo totalmente alheio àquilo. Um escritor é praticamente um mágico. Um escritor não tem apenas que ter uma grande mente e um grande poder de percepção. Ele tem que ter uma enorme alma para abrigar os seus sentimentos e, consequentemente, colocá-los de forma a fazer com o que o leitor os interprete através de um personagem. O escritor tem que traduzir imagens, momentos e fatos para palavras intendíveis e de significado concretizado. Um escritor pode concretizar momentos especiais e pessoas marcantes através das palavras, e isso já vale uma vida. Ele pode alongar a vida de pessoas que ele ama, que ele aprecia. Ele pode torná-las imortais. O escritor que possui um grande coração, tem grande vantagem sobre qualquer outro escritor. Pois palavras não são apenas escritas racionalizando os momentos e histórias a serem redigidos, o escritor trabalha os sentimentos e transforma-os em palavras, em curtos trechos capazes de fazer o leitor mudar de opinião sobre algo, até sobre a vida. Se algum escritor dizer a você que não escreve por algum motivo, e sim só por escrever, ele está mentindo, e escritores são muito bons nisso. Escritores sempre terão um objetivo ao escrever, nem que esse seja para ser o seu refúgio. Um escritor sempre vai querer atingir o coração de alguém, mesmo isso não sendo transparescido.Um escritor têm o poder que muitos não apreciam, muitos não enxergam, mas, no fundo sempre desejaram. O escritor tem o poder de sentir o mundo de um jeito diferente, de enxergar os fatos de um jeito que só ele enxerga, de amar de um jeito que só ele ama, de ver que a arte existente no mundo ainda não está acabada e que a vida vale a pena ser vivida, e sabem que um poema, um verso, uma estrofe ou um livro pode fazer a existência de alguém, importante. Um escritor têm o poder de fazer a vida de alguém ter sentido, de fazer palavras não serem usadas em vão, de fazer os olhos de quem se ama brilhar, e só por isso, ser escritor já é esplendoroso.

I need some meaning I can memorize.
The kind I have always seem to slip my mind.

But you write such pretty words.
But life is no storybook.
Love is an excuse to get hurt and to hurt.

"Do you like to hurt?"
"I do. I do."
"Then hurt me."

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Trecho de Lover I Don't Have To Love, de Bright Eyes

clichês.

Me impressiona a facilidade com que ela é espontaneamente ela mesma. Sem ter que se desculpar consigo nem com ninguém. Não sente vergonha em ser o que ela realmente é.
Fico feliz por sermos parecidas, por termos pensamentos quase idênticos. Fico lisongeada por ser parte da vida dela.
Ela ama música. Ela ama dançar. Já eu, amo apenas o seu sorriso ao cantar ou a sua precisão e cuidado ao fazer os movimentos de uma coreografia, para mim isso basta. E se cantar e dançar tragam-na um sorriso no rosto, para mim isso vira necessidade.
Ela ama jazz, ama ler. Tem um estilo de música alternativo. Ama entrar em novos mundos, em novos universos. Eu, pelo meu ponto vista, acho que ela só gosta de sair um pouco do seu universo particular, quando pode. Apenas de vez em quando.
Ela sempre se conecta com o mundo inteiro, sem sair do seu próprio lugar. Seu estilo mistura um pouco do clássico e do folk. Não abre mão se calça jeans e all star. Adora vestidos chiques e magnificamente desluimbrantes. Não troca os seus óculos por lentes. Não abre mão do seu estilo. Não gosta de moda. Ela faz a sua própria moda.
É sutil e cuidadosa com as palavras, e isso faz dela uma pessoa inteligente, esperta, sagaz. Ela vê o mundo do jeito dela, mas não esquece a realidade, ou sequer os fatos.
Ela acredita nas pessoas. E, por isso, será muito gratificada na sua vida. Mas isso também a fará triste, por se decepcionar com algumas pessoas. Pessoas que, pela vista de algumas pessoas, não merecem esperança. Então, nessas circunstâncias, ela se torna a esperança dessas pessoas, o seu refúgio.
Ela conhece muitas pessoas. É altruísta, teimosa, paciente e muito modesta, por sinal. Tem os poucos e bons amigos. Espera que ela os siga para sempre ao longo da sua vida.
É emotiva. Chora muito. Um filme bom, uma música triste, um fato doloroso, uma homenagem. Uma vitória.
Ela tem a sua própria opinião, e disso ela unca abrirá mão. Está correta do que faz, do que pensa, não pensa diferente apenas porque outros querem que ela pensa diferente. Ela pensa por si mesma, deseja por si mesma. Ela sonha muito, muitas vezes acordada. Vive fora do mundo real, fantasiando, imaginando. Mas tem a cabeça no lugar. Não é a mais correta, careta. É controlada, sabe o seu limite. Entende quando vê os limites do seu corpo sendo alcançados.
Sofre com o problema de outrem. Tem vários problemas, e com certeza não compartilha todos com os seus amigos. Não os compartilha completamente comigo. Tenho esse impressão concretizada. Sei que não é por mal, ela apenas acha que as outras pessoas têm problemas sempre maiores do que os dela. O que, normalmente, não é verdade.
Eu apenas descrevi o que muitos não sabem, o que muitos não observam. Mas eu queria apenas dar um presente agora no seu aniversário, que importasse mais do que mil objetos. Eu queria dar a ela, mil palavras. Eu não sei o que dar a ela, não sei o que seria bom o suficiente para essa data tão importante, significativa. Eu apenas sei que seria bom oferecer a ela essas palavras, com todo o meu amor. Sou eternamente sua amiga, confidente e grata por ela ser essa pessoa magnífica. Por ela acreditar em mim. Quero oferecer a ela esse texto na sua 16ª primavera. Quero que isso marque a sua estrela, a sua vida, o seu destino, para que sempre lembre não apenas dessas vis palavras, mas sim do que elas significam e de quem as escreveu.
Tudo o que eu escrevi foi muito clichê. Clichê até demais. Mas eu gosto de clichês, ela também. E seria clichê demais se agora eu dissesse que a amo?