Friday, June 24, 2011

memórias

São nada mais que folhas de papel que contam uma história. Linhas preenchidas com o momentânio. Fotografias recortadas, coladas umas sobre as outras. Letras avulsas formando palavras aleatórias. Soltas entre si, são páginas que se completam; unem-se para formar um só. Um caderno simples, de capa vermelha. Tão rígido como o mar. Parece sereno e vazio; mas dentro dele há um história realmente intensa. Ele carrega as verdades e esperanças de uma menina tranquila.
Ela que, em dias suaves, tem crises de riso constantemente, e sua alegria contagia todos os que estão perto. De incontestável felicidade, vive ela. Passa todo o tempo que tem a sorrir. 
Ela tem outros dias.. Aqueles em que ela prefere ficar sozinha, com seus fones de ouvido, e então permanece dentro da tranquilidade e quietude do seu mundo. 
Ela possui a incerteza do acaso. E em si, a marca do horizonte que deseja alcançar.
Com suas histórias, ela inspira-se e deixa-se inspirar. Ela é detalhista. Nada nunca está perfeito, sabe?
Com apenas um gesto, ela quis concretizar e perpetuar suas memórias, seus momentos e idéias; seus pensamentos aleatórios e profundos sobre o céu, a terra, o mar, a vida, as pessoas e a cidade. Sobre a felicidade, simplicidade, serenidade. Sobre ser. Sobre viver.
Páginas que têm nada mais que a singularidade de um alguém. Um alguém.

colour my life with the chaos of trouble

O som do piano toca em meus ouvidos. Meus pés seguem, sem buscar nada. A música assume meu pensar, invade a razão, essa que deixei do lado de lá. O altos e baixos em meus ouvidos são uma fascinação singular. Um instante posterior.
Há tanto ao meu redor. Há tantas pessoas, rostos velhos, rostos novos. Há uma rotina, uma linha reta sendo seguida pela razão, o consciente.
A emoção toma o controle e o espaço; desestruturando um caminho linear. O pulsar do que há dentro me mim, tão simplesmente clama por existir.
Há tantas pessoas, um lugar invadido por uma única atmosfera.
Uma multidão de olhares fixos. E o meu olhar desvia. E procura. E se perde. Em multidões meu olhar procura somente por você. 
E quando você, esse não acha; a música cessa num relance, o pensamento se transforma. A noite vira o breu que a ausência traz. Acende então uma luz que transcende o paralelo de ter você. Um universo de palavras que voam na minha mente. As notas de uma sinfonia pulsando sem parar.


(25.03.2011)

all tomorrow's parties

Os dias aparentam lamentar o tempo, sem preocupar-se em passar rápido. Navegam entre ruas e becos. As semanas passam com movimentos repetitivos e maçantes. A cada instante muda um detalhe; mas tudo é ainda tão igual. Caí na tranquilidade de uma rotina igualitária, calma como a primavera. Uma vida indiferente perante milhões de vislumbrantes outras. Onde encontrar aquela maravilha, tão explícita e fácil de alguns? Aquele detalhe.
Confesso ter medo dessa rotina. Temo afogar-me nela. Odeio a vil normalidade que me acerca. Normalidade que deixa o ar da cidade pesado e rarefeito, trazendo em montes, partes de mediocridade. Normalidade que sufoca-me, quando se junta com essa atmosfera irrespirável.
A rotina é uma falsa idéia que tem-se de viver, quando a própria é exatamente o contrário da vivacidade.
Essa indiferença é o mesmo que falar de uma importância, relevância nula. O meu maior medo é viver uma vida vazia. Ser apenas mais alguém. Viver à sombra do próprio mundo.


(rascunho)

Monday, June 20, 2011

blowin' the wind

Ficar aqui é como remoer o ontem e o antes, e antes disso. Não dá mais para agir sempre assim, com indiferença. E agir assim, como se não precisássemos de nada mais que isso. E tu podes dizer o que quiseres, que nada vai mudar..
Não olharás a mim jamais do jeito que eu sempre quis. Nunca farei os olhos arderem de paixão. Ou as mãos ansiarem o próximo toque. Porque há algo entre nós; algo que impede que sintamos a mais verdadeira forma de amar.
Não vou abraçar o ontem da forma que te abraço. É verdade, teus olhos encaram o fundo da minha alma, agora que estás na minha frente. E esse olhar que desejo tanto, meus olhos nunca haverão de encontrar. Meu coração nunca haverá de sentir.
E hoje, agora, mergulho na profundeza da noite. Fico aqui, sozinha comigo. Sou deixada com suspiros em sonhos e idéias de como a felicidade deveria ser. E, por dentro, grito, com medo do escuro que me acerca. Dessa imensa escuridão que me cerca.
Durante tanto tempo acreditei tão cegamente que tu eras meu ontem, hoje e amanhã; o certo para o que meu coração envolve. A causa de um sorriso, o por quê do mesmo. A solução do mal do mundo. Contudo, minha dor é extrema. As lágrimas estão se formando sob as minha pálpebras fechadas, e já não sei por quanto tempo poderei segurá-las. Não sei se irei segurá-las, como fazes tanto.
Teu sorriso se esvai com o tempo, e nós com o vento nos destroímos. Não há mais nada perto de mim. Não há mais nada ao alcance das minhas mãos.
E então deixo-te com minhas histórias e verdades. Deixo-te minhas fotografias, minhas idades. Deixo-te com um passado indelével e veredicto. Digno de assim continuar.
Porque em nem um dia sequer eu disse que ficaria até o final. 
Nunca quis assistir a esse fim. Quando ambos sabíamos como o fim seria. Quando ambos sabíamos como o fim sempre é.

Monday, June 13, 2011

and you

Meus pés não tocam o chão, e ando sobre uma imensidão vazia. Sobre o nada. Eu me segurava no que não mais existia.. Num passado enterrado, distante de onde eu agora estava. O universo muda. Tudo está em uma mudança constante. O passado fica, se vai.. desaparece. As pessoas que estão ao nosso redor mudam, e as que nós sequer falamos, também. Nossos amigos mudam, nós mudamos. O nosso amor muda. Flagro-me pedindo ao tempo que as coisas não mudem. Há dias onde tudo poderia voltar a ser como era. No entanto, tudo sempre mudará. Por mais que se deseja que elas continuem como eram.

Sunday, June 12, 2011

caira

Uma construção. Formada de tijolos, um sobre o outro, fazendo paredes. Os tijolos eram fracos, as paredes balançavam; era tudo uma fantasia. Não tinha mais estrutura, perdera as forças, perdera seu realismo.
Não foi um susto, uma surpresa. Foi apenas uma luz que parou, e ficou a brilhar aos pouquinhos, reluzindo suavemente o caminho. Eu a conhecia. Ela sempre brilhara, mas antes ela era uma luz forte demais antes, muito intensa; chegava a cegar as verdades.
Meu pensamento estava submerso, e encontrava-se sob as fantasias, e ingenuidade, e sofreguidão. Essa luz havia tirado a visão de meus olhos. Agora ela mostra novamente cada verdade antes renegada.
Foi um momento de claridade, eu vi que não havia mais nada construído, tudo estava no chão.
Eu vi que havia acabado há tempo, só havia tirado um tempo para ver se era verdade. No fim, era mesmo. verdade. Ela caíra sobre mim como um ponto final.

Tuesday, June 7, 2011

(365)

Não adianta esperar o momento certo. Não há momento certo. Nós tornamos do momento o que ele é, e por isso eles serão lembrados como certos. Não espere o momento especial, não há por que esperar. Aproveite o melhor que a vida tem, o que cada instante proporciona. Pare com a preocupação, pare com a cautela. Viva intensamente, da forma mais verdadeira que pode haver. Mergulhe de cabeça na vida; em um momento qualquer. O tempo não para por ninguém. O tempo pode ser cruel, então não deixe que ele seja. Corra atrás do que lhe traz um sorriso no rosto. Mergulhe no agora. O depois virá.

agora

Textos não precisam ser formais e ter palavras que nem o dicionário entende. Textos simples, frágeis, leves não requerem pontuação certa, vírgulas, exclamações. Desabafos não precisam de gramática. O que eles precisam realmente é de sinceridade. Detalhes de uma ferida em aberto. Às vezes, só às vezes, tudo o que um texto requer é vericidade, espontaneidade; se bem que todos os textos poderiam ter - nem que seja uma fração - de verdade. O que é importante é ter guardado na estrutura das suas linhas o maior valor: palavras de um coração verdadeiro. 
Grafia, as pessoas podem corrigir; vírgulas podem ser adicionadas, cortadas; exclamações e interrogações podem ser substituídas. A verdade, no entanto, ou tem-se ou não. Não há meio termo, não há meia verdade.
Não deixe para mais tarde o que sua voz pode dizer agora. Tudo o que você disser nunca sairá no mesmo tom. Tudo o que você vier a escrever, carregará a essência momentânia da sua alma e de seus pensamentos; carregará a verdade do momento, no momento.

Sunday, June 5, 2011

candles.

There are those people who make you smile all the time. Those who say exactly what you needed and mostly wanted to hear. Those who are unique. Those who say the truth, whether you'll be glad or not. Those who are broken-hearted. Those who can see underneath your body, reaching what's inside your heart, the treasure inside your own soul. Those who wear a frown to desguise themselves. Those who are scared of what the future holds. Those who run away from the haunting of the past. There are those people who keep running away from reality. Those who try to keep you from doing what you love the most. There are those who are evil fighting good. Those who are the good fighting evil. There are those people who are destined to greatness, those who are good-hearted and those who don't see their unmeasureable value. Those people who wish you the best, unreservedly. Those people who are the best and don't even know it. Those people who bring the best of you. Those human people. Those who are always around you, trying to be a part of you life. Those people who, even though half the world away, are still here. Those people who make you smile, 'cause you know they'll always be there. There are those, those few people, you love. And that love overreaches all barriers. It erases distance.

you don't know, do you?


You look so beautiful under the moon
as the wind blows away our crisis
your eyes just turn even greener
then my heart crashes down.

I wasn't there at all
I was only a blur, a whisper
Watching the day as it fades.

What happens when
My best is not good enough for you?
Still I'm anything at all
Though I'll wait, I'll hope
I know you'll see sometime that
I've been here, for the whole time.
'Cause now you don't know, do you?

We live apart, though we used
to always see the same sunset
You use your head too much
Why don't you see me there?

What you see
when you look at me?
Do you remember me before you go to sleep?

What happens when
My best is not good enough for you?
Still I'm anything at all
Though I'll wait, I'll hope
I know you'll see sometime that
I've been here, for the whole time.
'Cause now you don't know, do you?

Our silence, our words..
One and only.

What happens when
My best is not good enough for you?
Still I'm anything at all
Though I'll wait, I'll hope
I know you'll see sometime that
I've been here, for the whole time.
'Cause now you don't know, do you?