Saturday, November 10, 2012

And it was not your fault, but mine

Sei de muita coisa quando, ao certo, apenas sei de nada. Sei da incerteza absoluta que se aloja dentro de mim. Sei do meu orgulho e que não é fácil eu falar e expor-me a qualquer um, a quem não confio. Sei que critico a mim como ninguém jamais será capaz, mas ouvir minhas próprias cobranças da boca de quem sequer me conhece, ah, isso foi delicado. Abrir-me com um mero desconhecido fora uma das coisas mais assustadoras e desafiantes que eu jamais fizera. Além de saber que descofio até daqueles que parecem ser dignos de alguma confiança, e que, melhor ainda posso dizer que tenho uma sina com aquelas pessoas que criam algo ao instigarem curiosidade em mim, sei que esses ao instigarem-me, ao fazerem-me descobri-las e conhecê-las e entendê-las como não se faz em alguns minuto apenas. Gosto daqueles que, em especial, deixam-me fazer parte deles pouco a pouco. De parcela em parcela. E ai está uma das pequenas belezas da vida. Sou grata pelos que permitem com que eu lhes ofereça alguma pequena parte de mim. Mais grata ainda sou àqueles que abraçam a mim como uma causa. E grata sou por aqueles que se dividem comigo.De meu orgulho sei bem; sou orgulhosa e admito. Teimosa, então, nem se fala.. Mas sou alguém que vale a pena depositar todas as fichas e confianças e valho o esforço que é tentar conhecer-me. Posso jurar. Se as sublimes marcas que tenho cravadas em mim como memórias querem dizer algo, elas pedem. Mas não somente pedem, elas clamam. Elas suplicam por algo que deixe-me alheia à solidão nem que por poucos segunos. Algo grandioso.
E às cinco da manhã de algum dia de novembro, tenho poucas certezas. E isso me assuta. Sei da dor que sinto, que senti e virei a sentir. E melhor ainda sei o que vale um sorriso, uma noite melancólica em um dia dentre esses trezentos e sessenta e cinco, uma lágrima, horas de conversa ou reclamações sem fim. E sei dos erros, das infelicidades, dos fatos, dos acertos e paixões que a vida me proporcionou no tempo que vivo para contar história. Sei que tenho um longo caminho pela frente. O tanto que ainda tenho a aprender com a vida e sobre ela e as pessoas e a magia em viver. A magia em se permitir coisas que não se permitia antes. Sei da beleza em descobrir em mim uma fragilidade ao deixar-me ser vulnerável, porém, não sei se sou forte o bastante para aguentar o tamanho fardo sobre meus ombros da vulnerabilidade em si. Mas sei que posso tentar. E nas esquinas que a vida apresenta novas oportunidades, serei melhor do que fui ontem. Dentre os becos e estradas de chão tortuosas, encontrarei o melhor de mim, talvez nos olhos de alguém que veja algo na vida que valha a pena. Talvez nos olhos de alguém que veja algo em mim que valha a pena. Talvez eu seja feliz, talvez não. Talvez eu encontre um amor, talvez não. Talvez eu me encontre a decifrar-me em frases ambíguas pelo resto da minha vida. Talvez eu esteja entre antônimos pelo resto da minha vida. Terei que escolher um lado, um rumo, uma alternativa. Talvez eu acerte, talvez não. Talvez eu erre feio. E de todas as palavras estonteantes que ouvi hoje -algumas delas ainda a ecoar no meu subconsciente -, concluo somente que nada é finito ou concreto ou cético ou tão difícil assim. Concluo que o único "algo" indelével nisso que chamamos de viver, é a mudança - constante, bela, simples. Concluo a necessidade em se permitir mais. Em eu me permitir mais. Permitir ser, estar, lembrar, sofrer, sorrir, sentir, e todos os verbos no infinitivo que se possa escrever. Deixar-me. Deixar-me viver e sobreviver. E de todas as conclusões que posso tirar, a única que consigo pensar concretamente vem entre aspas, "somos seres humanos em formação".
Vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir.

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