Wednesday, November 11, 2009


Parece que a voz que sai da sua boca não é mais a mesma. Não faz mais sentido o que você fala, as palavras que tentam fazer algum sentido, já não importam mais. Não reconheço mais o teu perfume, que costumava ser o antídoto de toda a minha tristeza, de toda a minha solidão. Você costumava ser o refúgio para o qual eu tinha o prazer de me esconder. A tua voz me acalmava, com seu timbre forte e sempre perto de mim. Teus abraços consumiam o que me fazia mal, e o que você me dizia, deixava-me livre de todo o mal. Eu quero reconhecer você de novo, quero saber quem você é. Quero saber suas bandas prefridas e comida preferida. Quero saber tudo sobre você. Quero me obcecar pela tua agridoçura. Não queria que nada disso tivesse ido embora. Não queria que você significasse o desconhecido. Não queria que ao olhar-te na rua, eu visse um completo estranho. Um desconhecido, anônimo na minha frente. Alguem que já significou tudo, transformou-se em um nada. Ou quase isso. O anonimato fará com que, aos poucos, eu esqueça de como nós éramos. Vou esquecer de tudo. Memórias serão disribuídas a quem quiser pegá-las, quem quiser vivê-las. Sò não esquecerei da tua voz. A tua voz que marcou um grande momento da minha vida, me marcou você. Marcou nós dois. Marcou um começo e um fim. Ah sua voz vai sempre ecoar atrás de onde a minha voz alcançar. É isso. Teu eco pra sempre seguirá a minha sombra. Apenas não sei se fico feliz ou triste com esse inevitável fato.

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