Monday, June 20, 2011

blowin' the wind

Ficar aqui é como remoer o ontem e o antes, e antes disso. Não dá mais para agir sempre assim, com indiferença. E agir assim, como se não precisássemos de nada mais que isso. E tu podes dizer o que quiseres, que nada vai mudar..
Não olharás a mim jamais do jeito que eu sempre quis. Nunca farei os olhos arderem de paixão. Ou as mãos ansiarem o próximo toque. Porque há algo entre nós; algo que impede que sintamos a mais verdadeira forma de amar.
Não vou abraçar o ontem da forma que te abraço. É verdade, teus olhos encaram o fundo da minha alma, agora que estás na minha frente. E esse olhar que desejo tanto, meus olhos nunca haverão de encontrar. Meu coração nunca haverá de sentir.
E hoje, agora, mergulho na profundeza da noite. Fico aqui, sozinha comigo. Sou deixada com suspiros em sonhos e idéias de como a felicidade deveria ser. E, por dentro, grito, com medo do escuro que me acerca. Dessa imensa escuridão que me cerca.
Durante tanto tempo acreditei tão cegamente que tu eras meu ontem, hoje e amanhã; o certo para o que meu coração envolve. A causa de um sorriso, o por quê do mesmo. A solução do mal do mundo. Contudo, minha dor é extrema. As lágrimas estão se formando sob as minha pálpebras fechadas, e já não sei por quanto tempo poderei segurá-las. Não sei se irei segurá-las, como fazes tanto.
Teu sorriso se esvai com o tempo, e nós com o vento nos destroímos. Não há mais nada perto de mim. Não há mais nada ao alcance das minhas mãos.
E então deixo-te com minhas histórias e verdades. Deixo-te minhas fotografias, minhas idades. Deixo-te com um passado indelével e veredicto. Digno de assim continuar.
Porque em nem um dia sequer eu disse que ficaria até o final. 
Nunca quis assistir a esse fim. Quando ambos sabíamos como o fim seria. Quando ambos sabíamos como o fim sempre é.

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