Thursday, June 3, 2010

you have your choice

Ele erra, enquanto ela perdoa. Enquanto ela perdoa, ele erra.
Ela diz às amigas que perdoa porque vê o futuro. Ela diz que vê futuro. E tem que repetir isso inúmeras vezes a si mesma, para não esquecer.
Esperança tem, de parar de amar.
Perdoa porque ama, apenas ela não enxerga.
Ela vê potencial aonde só há mentira.
Mas ele já tem a posse do seu coração, fato.
Mas ele pode deixá-lo em pedaços menores do que ele já está.
E ela, enquanto isso, só perdoa seus erros.
Mas ele parece não saber que brincar com a emoção, é coisa de criança.
E a ilude fingindo tentar mudar, dando a ela esperança de ter feito a coisa certa.
E ela cansa, a cada dia mais, só de ver o seu rosto mentiroso na sua frente.
Cansa de perdoar, porque está ficando tarde lá fora.
Os dias se passam.
O sol nasce, e se põe.
Todo novo dia com o nascer de uma promessa, a do parar de perdoar.
Aquela mesma velha promessa.
O perdão inevitável, o perdão-não-finito.
Mas como nem todo dia tem que ser como o anterior, ela espera ele sair de casa e lá permanece.
Abre o guarda-roupa e preenche duas malas com roupas, utencílios e coisas pessoas.
Livros, perfumes, calçados.
Quando ele chega, se choca ao ver as malas e metade do armário sem roupas.
Quando finalmente ela declara: "Hoje é o dia em que você vai embora e eu nunca mais o verei."
Foi quando ela se deu conta de que a sua voz, apesar de ser mais aguda e frágil do que a dele, na verdade, era a voz que tem o que a dele nunca teve: a decisão final.

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