Saturday, August 29, 2009

for sure.


Sinto falta de quando existia liberdade ao andar nas ruas. Na verdade, nem sei o que é isso, nunca pude fazer algo parecido sem ter medo de que algo ruim acontecesse.
Eu queria poder falar online com os meus amigos e mexer no twitter, orkut e flickr sem ter medo de alguém heckeá-los, começar a saber coisas sobre a minha vida, ou de me sequestrar. Eu gostaria de ter liberdade.
A liberdade que quero encontrar não se limita a sair às ruas, mas sim em deixar a minha bolsa na rua e, quando voltar, saber que ela estará lá. Quero poder acreditar na bondade das pessoas de novo.
Eu quero usar roupas curtas por estar com calor e não por ser acusada de quereraparecer. Quero poder ir ao shopping e ao cinema com meus amigos sem o perigo de sermos sequestrados. Quero poder dizer o que quero sem medo de ser recriminada pela minha opinião e forma de pensar.
Quero que as pessoas fossem igualmente vistas. Gostaria que o mundo não fosse tão capitalista. Sinto falta de quando podia ir ao mercado ou à loja de conveniência do outro lado da rua com quinze reais e comprar três pacotes de bala, duas latinha de Coca-Cola e dois pacotes de Bis. Sinto falta de poder acreditar em todo mundo. Odeio ir aos lugares para tirar foto e não poder fazê-lo, com medo de ser roubada. Sinto falta de quando a marca de nossas roupas, tênis, mochilas, estojos, e celular não importavam, era renner, bibi, klin e samsung; não lacoste, nike, kipling e blckberry.
Queria que o celular voltasse a ser algo que serve apenas para a comunicação e não um objeto que serve para ser vangloriado. Sinto falta das escolas normais, ou apenas gostaria de, na escola, ser amiga de todos, ou apenas ter certeza de que meus amigos nunca farão mal a mim.
Eu quero que a banalização do 'eu te amo' acabe. Afinal, palavras valem mais do que atos, e essas servem para expressar um sentimento muito especial. Acho patético, ridículo, estúpido, usar essas palavras em vão. Você não conhece quae nada sobre ela, mal fala, mal conviveu com ela e já a ama? A falsidade que os seres humanos são capazes de ter me assombra.
A saudade é algo muito amplo e muito vago, ao mesmo tempo. É algo que dói e nos deixa feliz. Eu sinto falta de muito coisa, muitas atitudes, às vezes até do caráter que algumas pessoas costumavam ter e de suas marcas registradas. Sinto falta de muitas pessoas especiais que já foram para sempre. Sinto falta do que mundo era antes de guerras, revoluções industriais, aquecimento global e da informatização, da tecnologia. Tudo isso com certeza nos ajuda, mas e o mundo instantâneo, sem tecnologia; ele também não seria um lugar bom de se viver? Enfim, não é que sinto saudade, pois nunca cheguei a viver períodos como aqueles que citei, mas é esse o ponto que quero chegar. Eu queria muito viver esses momentos, gostaria de fazer parte de algo revolucionário e ainda quero.
Eu também vejo que sinto falta de não poder fazer muita coisa. Me sinto um pouco deslocada pela minha forma de pensar. É complicado, quase inevitável. A liberdade, como já citei no começo do texto, é um conceito muito amplo, por ter várias formas de ser interpretado. Mas ela é algo que todos merecem, sem sombra de dúvidas. É algo que todos que a tem deveriam apreciá-la e serem agradecido por tê-la. Uns minutos atrás eu não sabia como terminaria esse texto. Agora eu sei. Vai ser com uma palavra que, quando não se pode pronunciá-la, começa a fazer falta em nossos dia-a-dia, a cada suspiro, a cada sorriso, a cada passo, a cada minuto. Liberdade. Ah sim, a liberdade.

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