Sunday, November 7, 2010

ontem

Há muitas pessoas. Elas estão por todos os lados. À sua frente, atrás de você, ao seu lado.
As luzes, muito fortes, fecham seus olhos. Impedem você de ver o que há além das pessoas. Então você ouve aquela voz que a deixa protegida de tudo. Aquela voz que não deixa você esquecer. Então, a voz ecoa pelos seus ouvidos e atrás de você ele não está.
Você o procura angustiada com o acelerar das batidas do seu coração.
Ali ele está. Apenas a companhia dele, a sua presença já lhe deixa um sorriso inabalável no rosto. Lhe cora as maçãs do rosto como nunca antes.
Seus olhos o perdem,  carnaval de luzes o afasta. E por meio dos casais que giram, você gira também. Gira sozinha. Rodopia e copia o rumo do andar da valsa. Você é levada pelas mãos que acariciam seu sonhar todas as noites, antes que o sonho lhe embale. Então lá você está, novamente sem um par.
Exausta sem o colo em que deita e descansa. Sem o dono do seu aflito e manso coração. Então você cai naqueles braços que levam o frio de você e então você está.. bem. Naqueles braços está o seu ponto de paz, o melhor colo, sua maior paixão. Seu melhor final. O seu melhor. O melhor de você.
Você sente o perfume mais suave do que quando ele havia chegado.. Mas da mesma forma a sua essência era a mais agradável de todas as que haviam no salão.
Você se perdia nos seus olhos. Havia neles uma profundidade inalcansável.. E você poderia ficar durante uma eternidade só a olhar a imensidão que abriga a esperança que era tão real.
E então as luzes acabam por acender e não há ninguém no salão. E tudo o que você queria era uma memória. E aquela voz a dizer boa noite.

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