Tuesday, December 1, 2009

base de tudo.


Começou em um escuro pertubador, assustador, que parecia duradouro demais para os minutos que demoravam a passar. Foi quando as luzes acenderam que voltou a alegria, a empolgação, a espera. Perdemos a primeira apresentação. Fomos rezar para que dessa tudo certo. O momento não pode ser explicado. A força e a confiança que eram colocadas em nossos ombros a cada palavra dita era um incentivo, um motivo a mais para darmos tudo o que temos em cima daquele palco. Quebrá-lo, se fosse preciso. Relaxamos e nos concentramos, pensando cada vez mais no momento especial que era aquele estréia. Confiamos um nos outros para fazer cada um a sua parte, para que assim o grupo fosse completo e unido. Tensão. Chegou a hora de pararmos e descermos. As escadas agora pareciam nos assombrar e soprar o medo em nossos ouvidos, dizendo-nos coisas absurdas. Mas não, nada disso poderia sequer nos abalar. Estávamos certos de fazer aquilo certo, de um jeito único, do nosso jeito.
Era a hora, já estavam nos apresentando. Por entre duas cochias eu passava com meu
coração desesperadamente acelerado, querendo pular para fora de meu corpo.
Eu me concentrei em fazer certo, direito. Agora que eu pisara naquele palco, nada mais me faria sair dele. Agora eu prometera a mim mesma que daria tudo certo. Agora o medo desaparecera, fazendo com que eu relaxasse. Agora a música soava para todos ouvirem. Em minha cabeça agora eu me concentrava em fazer uma coisa apenas, em dançar. Dancei com vontade, com o coração, querendo ganhar o prêmio que não existia. Ser melhor do que qualquer um e deixar a nossa consciência limpa, era isso o que eu desejava, o que eu precisava. Não queria mérito para mim, e sim para o meu grupo que não cansa de ser um jóia preciosa para mim.
Sai e apenas senti os meus olhos quentes e cheios de lágrimas, pronto para deixá-las cair. Ao ver todos foi o necessário para os meus olhos as expulsarem, fazendo com que elas caíssem sem parar. Tudo valeu a pena. Tudo o que foi dado, agora fora recebido de volta. Tudo valeu naquele momento em que vi todos satisfeitos e chorando. Não me importava se era alegria ou a tristeza de ser a última estréia de alguns. Eu não me importava. O que me importava era apenas tê-los ao meu lado, dançando e sendo as pessoas que eu amo. Agora tudo o que eu queria fazer era sentar-me e olhar dentro de dois olhos marrons, mas que devido às lágrimas estavam verdes, e dizer que nada podia ter sido melhor e que essa nossa última estréia foi mais do que importante, foi memorável, pelo simples fato de eu estar ao seu lado. Agora uma palavra parecia estar sendo escrita em minha consciência: saudade. E eu sabia que eu já estava pronta para começar a senti-la.

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