Friday, February 25, 2011

11

Ela olhava as constelações pela janela de seu quarto. Ficava a contar cada estrela do céu. Perdia a conta, e começava lá pela primeira. Desenhava no ar uma história. Ela se perdia por entre milhões de pontos de luz do céu. 
Esperava poder tocá-las à medida que o tempo avançava.
O relógio andava, e vagamente o sono alcançava os seus olhos. 
Ela esperava ansiosa, sempre, por aquela. Aquela estrela. Aquela que sempre estava no mesmo lugar, àquela mesma hora, e tinha o mesmo brilho. Ela era diferente. Não era maior, não era menor, não brilhava mais ou menos do que qualquer outra estrela da imensidão daquele céu.
Havia nela algo que não se via em qualquer outra: profundeza.
Especial era como o seu olhar de pequenina era preenchido pela imagem que retratava o infinito..  Quando a encontrava, o mundo rodava devagar e o tempo custava a passar.
O resto era invisível.
O amanhecer chegava devagar.
Em um pequeno mundo adentrou a imensidão. 
A estrela desvaneceu. E toda a noite a menina voltava os olhos para o céu.. Perdeu-a na imensidão. Ela não estava mais lá.. e ainda sim, nunca era demais procurar em cada estrela o brilho que havia n'aquela.
Ela viveu a perguntar o por quê dela ter ido. O mundo entristece um pouco mais quando uma estrela se vai? Ela sentia saudade.
Dentro da menina, via-se o brilho que a estrela lhe deixou.

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