Wednesday, April 14, 2010

playground


  Quando criança, as palavras eram fascínio. As histórias tinham finais felizes e o livro de contos de fada, dava um idéia feliz da realidade.
  As histórias que deslumbravam os olhos inocentes das crianças, eram muito mais. Formavam um ideal de futuro. Passa um ano, sua inocência de criança é aos poucos deixada de lado, e a realidade cada vez mais e menos feliz, e ainda longe do final que você tinha em mente.
  Então, um dia, você abre o seu livro, aquele tão mágico quanto a imagem que você tem do mundo, e, com as poucas palavras que você sabe entender, você desvenda os segredos e entrelinhas das histórias que tanto você sonha. E você aprende com elas. Literalmente. Em sua visão tão pequena e nada ampla, você as usa para viver. Você vive a sua vida baseando-se em um conto de fadas.
  Mais um ano, e você percebe cada vez mais que a sua vida, nem um pouco do conto de fadas tem. Nem mesmo nas entrelinhas.
  Mais anos e anos se passam e você diariamente desvenda as mesmas histórias, lendo as mesmas palavras, vivendo a mesma mentira. Você diariamente olha e lê aquele livro, que não é tão mágico assim.
  Você cresce, amadurece, tem uma visão maior, com pingos de realidade dentro da sua mente, mas o conto de fadas permanecendo no seu coração. Os seus sonhos coloridos de criança, agora são P & B, mas é assim que você gosta deles.
  E você para, pensa na sua vida, relê os contos. Tudo o que você acreditava ser verdade, era apenas ilusão. Uma ilusão de vida, da infância que insistia em viver. Crescer dói. Bom seria viver criança para sempre. Com suas bonecas de criança, suas história de criança, seus livros, sua imaginação, sua inocência tão bela. Ah, bom seria não ter que pensar em dor. Bom seria viver o conto de fadas e ele ser a absoluta verdade. A verdade da infância é incontestável, até o dia em que você cresce, e vê que verdade mesmo, é apenas ilusão.

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