Friday, January 29, 2010

the answer is blowin' the wind.

Eu sento sempre naquela cadeira. Sempre com um objetivo. Em vão. Idéias voam pela minha mente. Entram e saem sem pedir licença, sem se desculpar. Sempre com palavras na ponta da língua. Palavras que, aparentemente, não estão prontas para serem pronunciadas. Vou à cozinha, preparo um chocolate quente, coloco muita canela. Sento novamente e ali não permaneço por mais de dois minutos.Arrasto a cortina para contemplar a vista. Faço barulho demais, portanto, minha mãe deve aparecer em alguns minutos, dizendo para eu tomar cuidado com ela. E abro os vidros. Já consigo sentir a brisa acalmando meu coração que bate mais rápido do que no minuto anterior. Coloco a xícara no parapeito da varanda. Deito naquela velha e bege rede, porém muito confortável. Afinal, sempre esqueço de comprar uma nova. Pego aquela cifra de Tears In Heaven, viro-as e escrevo a primeira linha , sem sucesso. Palavras aleatórias, sem assunto específico. Sem sucesso, outra vez. E de novo. Meu pescoço dói. Levanto para pegar a almofada, uma flor rosa berrante. Levanto e jogo tudo na rede. Buscando inspiração, observo aquela vista incansável. Meu chocolate está pela metade, hora de começar a escrever. Deito e parece tudo mais certo. Uma idéia é finalmente abordada como o tema, as palavras são escolhidas e concretizadas. Bom, Bob Dylan parece ter sido, realmente a escolha certa para os meus ouvidos. É um texto simples. Talvez alguém o leia. Talvez não. Penso, em um dia qualquer, escrever sobre a menina que agora redige o texto. Então, meu relógio diz que já é hora de voltar. Voltar daquele mundo de idéias e rascunhos, de frases rasbiscadas e reescritas. Volto para ouvir a pergunta de um outro alguém. Esse alguém que questiona o seguinte: 'Afinal lhe pergunto qual o segredo da escrita, dos textos, das palavras?' Então eu sorria indiferentemente para sussurrar uma resposta já bolada há algum tempo.. 'Não sei.'
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Esse texto foi um desabafo/recuperador de inspiração. Tudo isso foi graças à minha especial amiga e confidente que está sempre pronta pra ouvir minhas crises sobre tudo e sempre pronta a dar um desfecho e título melhor aos meus textos. E, é claro, só foi possível também porque a voz, melodia e letras do Mr. Dylan ajudaram-me durante a crise. E por tudo isso, muito obrigada.

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