Thursday, June 11, 2009

O Jogo do Anjo, de Carlos Ruiz Zafón.


"Nada dos leva a acreditar mais que o medo, a certeza de estarmos ameaçados. Quando nos sentimos vítimas, todas as nossas ações e crenças são legitimadas, por mais questionáveis que sejam. Nossos oponentes, ou simplesmente nossos vizinhos, deixam de estar no mesmo nível que nós e se convertem em inimigos. Deixamos de ser agressores para nos transformarmos em defensores. A inveja, a cobiça ou o ressentimento que nos movem são santificados, pois nos convencemos de estar agindo em defesa própria. O mal, a ameaça, sempre está no outro. O primeiro passo para acreditar apaixonadamente em alguma coisa é o medo. O medo de perder nossa identidade, nossa vida, nossa condição ou nossas crenças. O medo é a pólvora, e o ódio, e o pavio. O dogma, em última instância, é apenas um fósforo aceso. É nesse ponto, a meu ver, que sua trama tem um ou outro furo."
Leiam essa obra. Mas ainda sim antes dela, leiam A Sombra do Vento, do mesmo autor, e aí então leiam O Jogo do Anjo, a continuação. Não se arrependerão.

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