
Guardo nos pensamentos minha maior profundidade. Não gosto de me dividir, assim, deixar-me tão transparente; gosto de ter-me por inteiro, manter isso de eu ser minha, ter o meu particular. Tenho problemas com vulnerabilidade. E, magicamente, abro grande parte de mim quando escrevo, sem qualquer medo, sem qualquer limite. E dentro das minhas palavras, camuflam-se meus grandes segredos. Mesmo sem querer, conto muito sobre mim mesma com as palavras que uso. Cada frase pertence um pouco a mim. Ao escurecer, quando ninguém está a olhar, sinto apenas o calor da presença fria do sereno. A cada noite, sinto-me segura escrevendo, por ter tanto em comum com ela. Com tudo, posso ter certeza que algo nunca muda: por mais que eu não a veja sempre, por mais escondida que esteja entre as grandes nuvens, dentro do céu haverá sempre a lua quando surge a noite, a subir aos céus, sem falta. Não importa onde estou, a lua estará sempre ali, sempre do mesmo tamanho em qualquer lugar. Presença intocada, discreta, quieta e, ainda sim, sublime. A lua dá-me inspiração.
Para dizer "obrigada", conto-lhe um segredo meu, segredo forte e discreto: - Não sei amar pouco, disse a menina com os olhos vidrados no amanhecer.
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