Nunca deixei nada nas mãos do acaso. Nunca deixei nada ser surpresa. Nunca dependi do futuro, ele era quem dependia de mim. Eu fazia questão de moldá-lo com as minhas próprias mãos, criar as suas curvas, deixar marcas nele e desenhá-lo conforme a música que eu ouvia. Sempre fiz coisas repentinas, deixando o destino confuso. Fazendo-o tirar os olhos de mim. Nunca deixei que escrevessem a minha história por mim, nunca quis. Fazia questão de ter marcada a minha própria caligrafia.
Ingenuidade poderia ser a causa, ou a cegueira, propriamente. Eu nunca esperava que o acaso tivesse, na verdade, tudo sobre o seu próprio controle. E nunca esperei o inusitado, o inesperado. Nunca esperei tragédias. Nunca pensei que algo que não estivesse no roteiro poderia ser dito, não acreditava em improvisos. Fazia com que tudo acontecesse à minha maneira e fazia questão de ignorar outros caminhos.
Aprendi pelo caminho mais difícil que o acaso é que controla tudo. O destino é quem predomina. Eu escrevo o meu livro e faço as minhas próprias escolhas, mas o resto deixo ao acaso. Eu faço minhas próprias escolhas, deixo o meu destino ao acaso. Eu finalmente aprendi que o que é pra ser, será.
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